Entrevista a Tiago Salazar

 As entrevistas estão de volta ao Histórias Transmitidas, desta vez com Tiago Salazar, autor de vários livros nos mais variados géneros.

Obrigada ao Tiago pela disponibilidade para responder às minhas perguntas.

HT: O Tiago é formado em Relações Internacionais, estudou dramaturgia e trabalha como jornalista. Como é que surge a escrita na sua vida?

Guardo uns cadernos escolares com uma espécie de primeiros romances, de 1976. Ou seja, aos quatro anos já tinha apetência por palavras. Desenhar, nessa altura, era a ilustração do tema dos "livros". Só revelei ser precoce porque a minha avó Vessadas Salazar ensinou-me a ler, escrever e fazer contas antes de entrar para a escola primária. Acho que o facto de haver livros por toda a casa também contribuiu.

HT: Os seus livros têm temas bastantes abrangentes.  Nota-se claramente que é um cidadão do mundo, mas também escreve sobre amor e, mais recentemente, publicou um Romance histórico (O Magriço). Existe algum género que lhe dê mais prazer escrever?

É difícil responder. Talvez a crónica me encha mais as medidas, por ser curta e efectiva, mas desde que me dedico ao romance não quero outra coisa.

HT: Presumo que goste de ler. Em caso afirmativo, quais as suas referências em termos literários?

Um escritor que não goste de ler, se houver algum que o diga, deve ser um mentecapto. Nem que seja ler dicionários e enciclopédias. Como podem trabalhar-se as palavras sem lhes conhecer o uso? Referências vão desde os gregos e romanos até aos autores no activo. E não falo só de romancistas, pois sou um leitor omnívoro.

HT: O que acha do actual panorama literário português?

Não sei responder. Mas há vários autores a publicar, pelo que o panorama é de se gastar dinheiro com papel. Se são bons, maus ou assim-assim, deixo a palavra aos críticos. Tenho a sensação de que continuamos como dizia o Camilo (CCB), desajeitados no romance.

HT: Para terminar, está a trabalhar num novo livro? Em caso afirmativo, pode levantar-nos a “pontinha do véu”?

Acabei de receber uma bolsa da DGLB para me dedicar inteiramente à escrita durante um ano. Será um policial histórico sobre a condenação infame do cristão-novo Simão Sólis. O famigerado que deu azo à expressão as obras de Santa Engrácia.


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