Entrevista a Dinnit Divo

Hoje temos como convidado da rubrica Entrevistas o autor Pedro Forra, mais conhecido por Dinnit Divo, a quem agradecemos desde já a disponibilidade para responder às nossas perguntas.

HT: É inevitável começar com esta pergunta: Como é que surgiu a ideia de publicar um livro e porquê a escolha do tema da homossexualidade?
Desde cedo que me imaginava como actor, em particular cinema era a minha grande paixão. Dava por mim a pensar que personagens gostaria de interpretar e acho que daí surgiu, também a paixão de criar personagens que eu gostaria de um dia representar. O tema da Homossexualidade surge da necessidade de acabar com o preconceito, uma vez que este continua a destruir vidas nos dias de hoje.

HT: O seu nome verdadeiro é Pedro Forra, certo? Porquê a escolha de um alter ego?
Um alter ego permite expandir-me, o Dinnit Divo dirá coisas que o Pedro se calhar não diria e, provavelmente, vice-versa.

HT: No livro, os personagens principais vêm-se obrigados a fugir do sítio onde moram devido ao preconceito para com os homossexuais. Ainda que estejamos num tempo mais avançado, qual é a sua opinião sobre a forma como estes casais são tratados em Portugal?
Não vivo em Portugal há 8 anos, e este afastamento esteve muito relacionado a discriminação e preconceito de que fui alvo. Felizmente, parece-me que cada vez mais as pessoas estão mais tolerantes e simpatizantes com as questões e direitos LGBT+, e a publicação deste livro num editora portuguesa é prova disso mesmo.

HT: A certa altura, durante a leitura do livro, pareceu-me que estava a ler um relato do holocausto. A escolha deste cenário para desenrolar da história do casal teve alguma inspiração neste acontecimento histórico?
Sim, o Diário de Anne Frank foi uma grande inspiração para mim. Crescer gay é também uma prisão, pelo menos para mim foi. Muitas vezes não podia ser quem era, era errado ser como sou. Razão pela qual só entre as quatro paredes do meu quarto, do meu diário eu podia verdadeiramente existir. Mas esta existência era condicionada, aprisionada.

HT: Acredita que o seu livro terá algum impacto na forma como a sociedade “trata” a comunidade LGBTQ?
Não digo na forma como a sociedade trata a comunidade LGBT+, mas se calhar às pessoas próximas de alguém LGBT+ ao lerem o livro consigam colocar-se na pele dos que sofrem este tipo de discriminação e exclusão.

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