Entrevista a Raquel Ochoa

Esta semana temos como convidada da rubrica Entrevistas, Raquel Ochoa.
Muito Obrigada à Raquel por ter respondido às minhas perguntas.

HT: Quer contar-nos como nasceu a sua paixão pela escrita?
Raquel Ochoa: Sempre escrevi, desde que me lembro, com mais intensidade desde os 13 anos. A escrita começa com a leitura, caminham lado a lado, desde que comecei a ler autores clássicos portugueses, como por magia - surge a fluidez da escrita. De qualquer modo demoraria a tornar isso uma linguagem própria ou, como agora, um modo de vida.

HT: Apesar de ter iniciado o seu percurso como escritora com a literatura de viagens, também já publicou romances. Com qual dos géneros se identifica mais?
Raquel Ochoa: Adoraria ter tempo para voltar à literatura de viagens, mas tenho optado ultimamente pelos romances porque são os mais difíceis e desafiantes de escrever. Acho que depois de escrevermos um romance fizemos uma grande viagem.

HT: Em 2009 venceu o Prémio Literário Revelação Augustina-Bessa Luís. O que mudou na sua carreira com esta distinção?
Raquel Ochoa: Que maravilha ser reconhecida ainda jovem . O nome desta escritora, assim ao lado do meu, é uma honra difícil de superar. Foi muito importante. Permitiu-me trabalhar com mais esperança e tranquilidade. A responsabilidade também aumentou bastante.

HT: Acabou de lançar um romance (Mar Humano). Quer falar-nos um bocadinho sobre ele?
Raquel Ochoa: Mar Humano é uma história de amor entre dois amigos que não encaixam na mentalidade  que os rodeia ao longo de todo o século XX.  Cada um à sua maneira demora muito tempo a aperceber-se do quanto a mente pode influenciar os sentimentos. É um retrato da evolução da cultura portuguesa antes, durante e depois da ditadura. É uma reflexão sobre de onde vem a liberdade e de como se faz (ou não) uso dela. É quase um jogo intelectual entre a história narrada e a possibilidade de cada um criar um final alternativo para a história que lê.  Tudo se desenrola nos bastidores da Imprensa de Portugal no último século, onde as tramas com o Estado Novo são catapultas para mais surpresas. 

HT: Para finalizar, gosta de ler? Em caso afirmativo, quais os seus escritores de referência?
Raquel Ochoa: Ler é tudo: José Gomes Ferreira, Eça de Queirós, Virgílio Ferreira, José Cardoso Pires, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto, Herman Hess, Paul Auster, José Luís Borges, Hernan Rivera Letellier, Clarice Lispector, Ruiz Zafón, Afonso Cruz, David Machado…

1 comentário:

Cristina disse...

Mar Humano é mais um excelente livro de uma ecelente escritora